Ao longo da semana, diversos memes atrelando taxação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rodaram a internet — claro, principalmente entre a turma da direita.
A chuva de memes não foi tão bem recebida pelo Palácio de Planalto. Além disso, jornalistas da Globo chamaram os memes de “coisa de profissional” e defenderam a regulação das redes — o que só inflou ainda mais a oposição.
O movimento dos memes veio principalmente pela regulamentação da reforma tributária, com impostos para novos itens, além do fim da isenção nas compras abaixo de US$ 50 em plataformas internacionais, como Shein e Shopee.
Se você ainda não viu, memes do Haddad com paródias de títulos de filmes, personagens e personalidades foram parar até no telão de fast ads da Times Square em NY — com os títulos Zé do Taxão e Taxa Humana.
Além disso, vários outros memes rodaram as redes sociais. Estima-se que mais de 100 sátiras foram feitas com o rosto e nome dele e que houve mais de 320 mil posts mencionando o ministro nos últimos dias.
Por trás disso tudo, a grande questão é o equilibro das contas do Estado. Isso porque o governo tem uma meta de déficit zero, ou seja, manter gastos e arrecadação no 0x0. Para chegar nisso — o Estado gasta mais do que arrecada hoje — o governo Lula tem ido pelo caminho do arrecadar mais. No entanto, isso significa a população e as empresas pagando mais impostos.
Exatamente por isso, com toda repercussão desses novos impostos, o governo foi pelo outro caminho: gastar menos. Haddad anunciou um corte e congelamento de gastos de R$ 15 bilhões após uma reunião geral da equipe econômica do presidente Lula na quinta-feira
Vai ser suficiente?
Ainda não. A expectativa do déficit, claro, reduziu depois do corte, mas ainda está em 0,5% do PIB — já sem considerar os gastos atípicos com o desastre do RS. Isso ainda é acima da margem de tolerância da meta, que é de -0,25% do PIB.
Em outras palavras, o governo precisa arrecadar mais em impostos ou cortar mais em gastos 0,5% do PIB do país, o que dá quase R$ 58 bilhões. Ou, considerando ficar nessa margem da meta de até 0,25 ponto percentual, seria metade disso: quase R$ 29 bilhões.